domingo, 17 de fevereiro de 2008

D. João I, Mestre de Avis

- 1357: Nasce D. João, filho bastardo de D. Pedro I
- 1363: Apenas com 6 anos, é agraciado com o Mestrado de Avis.
- 1383: D. João mata o Conde de Andeiro, valido de D. Leonor Teles, viúva do Rei D. Fernando (meio-irmão de D. João) e que se prepara para entregar o trono português ao Rei de Espanha; D. João, Mestre de Avis, é nomeado regente e defensor do Reino.
- 1384: D. Nuno Álvares Pereira derrota os castelhanos na batalha de Atoleiros.
- 1385: D. João é aclamado Rei nas Cortes de Coimbra, dando início à segunda dinastia portuguesa, dita de Avis; com o Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em Aljubarrota arrasa as pretensões castelhanas à Coroa portuguesa; para comemorar a vitória, manda edificar o Mosteiro da Batalha.
- 1386: Inicia a unificação interna do país, tentando sempre o equilíbrio das Finanças da Coroa; tentando sempre o equilíbrio entre os interesses da nobreza e da burguesia comercial; firma a aliança anglo-portuguesa que ainda hoje vigora
- 1387: Casa com D. Filipa de Lencastre
- 1415: Participa na tomada de Ceuta, iniciando assim a expansão ultramarina portuguesa. Escreverá depois O Livro da Montaria.
- 1433: Morte de D. João I, Mestre de Avis.
Reinado de D. João I




Crise de 1383-85




À data da morte do rei Fernando de Portugal, sem herdeiros directos, Portugal parecia em risco de perder a independência. A rainha D. Leonor Teles de Menezes era pouco popular e olhada com desconfiança. Ter tornado pública a sua ligação amorosa ao nobre galego João Fernandes Andeiro, que vivia no paço, atraíu todas as críticas contra a sua pessoa e contra o conde Andeiro. Para além do mais, a sucessão do trono recaía sobre a princesa D. Beatriz, casada com o rei João I de Castela.
No entanto, a burguesia e parte da nobreza juntaram-se à voz popular que clamava contra a perda da independência, tão duramente mantida por D. Fernando. Dois pretendentes apareceram para competir com Beatriz pela coroa portuguesa:
• João, filho de D. Pedro e Inês de Castro, era visto por muitos como o legítimo herdeiro, dado o suposto casamento dos seus pais, e
• João, filho de Pedro I e de Teresa Lourenço, que veio a tornar-se rei.
Com o apoio de um grupo de nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, e incentivado pelo descontentamento geral, o Mestre de Avis assassinou o conde de Andeiro no paço, a 6 de Dezembro de 1383 iniciou o processo de obtenção da regência em nome do Infante D. João. Com este último, aprisionado por D. João I de Castela, abria-se a possibilidade política de o Mestre ser rei.
Como seria de esperar, D. João I de Castela não desistiu da sua pretensão e preparou-se para lutar pelos direitos da sua consorte à coroa portuguesa. Seguiu-se a Crise de 1383-1385, ou Interregno, um período de anarquia e instabilidade política onde diferentes cidades de Portugal que se declaravam por D. Leonor Teles (até esta abdicar da regência para a filha), por D. Beatriz ou pelo Mestre.
A guerra civil arrastou-se por mais de um ano. D. Nuno Álvares Pereira, posteriormente condestável de Portugal, revelou-se um general de grande valor, ao contrário do próprio pretendente ao trono. Fernão Lopes é um crítico feroz das acções militares do Mestre, que teria tendência a preferir engenhos e planos complicados, sem resultados, ao contrário da luta valente e cavaleiresca, e das vitórias cruciais de D. Nuno, particularmente no Alentejo e na ajuda a Lisboa, onde o Mestre ficou sitiado sem se ter abastecido das provisões necessárias para aguentar um cerco.



Reinado




Finalmente a 6 de Abril de 1385, as Cortes portuguesas reunidas em Coimbra declaram o Grão-Mestre de Avis João I, rei de Portugal. Esta tomada de posição resultava na prática como uma declaração de guerra a Castela, visto que atacava o estatuto de Beatriz de Portugal como herdeira.
Pouco depois, João I de Castela invade Portugal com o objectivo de tomar Lisboa e remover João I de Portugal do trono. Com Castela, seguia um contigente de cavalaria francesa, aliada de Castela para se opôr aos ingleses, que tomaram o partido de João de Avis (Guerra dos Cem Anos). Como resposta, João I nomeia Nuno Álvares Pereira Condestável de Portugal e protector do reino.


O génio militar de D. Nuno Álvares Pereira foi decisivo na Batalha de Aljubarrota.
A invasão castelhana foi repelida durante o Verão, depois da decisiva batalha de Aljubarrota, travada a 14 de Agosto, perto de Alcobaça, onde o exército castelhano foi quase totalmente aniquilado. Castela, então, retira-se e a estabilidade da coroa de João I fica permanentemente estabelecida.
Em 1387, João I casa com Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perdura até hoje. Depois da morte em 1390 de João de Castela, sem herdeiros de Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África que é conquistada a 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre.









Trabalho elaborado por: André A. - Escola Básica e Secundária da Povoação - 2007/2008


1 comentário:

Anónimo disse...

muito obrigado, esta informação foi muito útil :D